quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Release



Charqueadas fica a 65 km de Porto Alegre, e tem como praticamente único evento tradicional o “Rodeio”, que acontece anualmente. Em termos de bandas, não há (e provavelmente nem houve) uma “cena”, apesar do número proporcionalmente grande de pessoas envolvidas com música, para uma cidade pequena. Nesse sentido, uma de suas manifestações musicais adolescentes mais interessantes, e também obscuras, foram as bandas e projetos por onde passou Edson Rafael, o “Kabeça”, que sempre manteve uma linha que jamais abandonou o underground, em termos estéticos, sonoros e de difusão. Uma coisa interessante de se observar na carreira de qualquer artista, independente de seu seguimento, são as mudanças e evoluções que normalmente ele visa alcançar e, assim sendo, o quão intacto ele consegue manter suas características básicas, conservando a essência. Envolvido desde o início da década de 90 em atividades musicais, Kabeça explorava basicamente sonoridades que seriam categorizadas comumente como “indie”, “alternativo”, e adjacências... Mais propriamente, a antiga (perdida?) arte de fazer barulho inconsequente, fazendo da falta de maiores conhecimentos teóricos não um beco sem saída, mas sim uma qualidade, uma ferramenta a favor das idéias. Pois bem, o tempo passou, muita coisa mudou e, agora, o Elephant Pain, banda onde atualmente ele sucede suas idéias, com a ajuda de Gustavo Barreto e outros amigos, em eventuais contribuições, já contabiliza bastante trabalho totalmente auto produzidos, executados e gravados. 

O que se observa ao longo desses é, realmente, uma evolução no trabalho dos músicos envolvidos, o barulho continua lá, a despretenção, o teor frequentemente entediado dos vocais, mas as melodias ganharam espaço, lapidação, contorno. Violões e teclados fazem conjunção com melodias muitas vezes suaves, sobre uma cozinha simplíssima, provida por baixo e bateria eletrônica, em execuções que não esbanjam técnica ou preciosismo, mas ganham em naturalidade, sem exageiros ou pretensões fora de lugar, mesmo com algum experimentalismo, que não deixa as canções restritas a um lugar comum. A aspereza se faz presente com guitarras que aparecem, às vezes, enfatizando certas passagens e refrões. Mas não espere uma grande repetição de elementos, as canções mantêm um clima blasé, tipo “sonolento”, mas quase sempre com um ou outro detalhe particular, favorescendo o todo.

Enfim, o Elephant Pain apresenta a música mais completa e equilibrada já perpretada por esses músicos, que são figuras de longa data nos subterrâneos de uma pequena cidade incógnita, num trabalho que terá seus atrativos tanto para quem já acompanha, como para quem se faz uma novidade.

*Release escrito por Jaime Dalandray.

Vazio



Gravado e produzido por Elephant Pain em 2007.

O cd trás as seguintes músicas:

Intro
Gilmourized
Gilmourized II
Gilmourized III
Desintro
Dead artist
Grow
Aero sound
The beedee’s song
Hey Jude
Poison Heart

Um álbum complicado e estranho.
Na verdade ele não se trata de um álbum “normal”, trata-se de uma junção de tudo o que estava perdido pelo projeto durante os anos desde o cd Out.
Uma compilação de músicas perdidas e esquecidas.
É mais uma coleção do que um álbum, mas serviu para “raspar a gaveta”.
Tudo do projeto até aqui está registrado.
O cd começa com uma bela introdução de G. Barreto seguido pelas instrumentais Gilmourized’s (obviamente uma pequena homenagem dedicada a David Gilmour).
Dead artist e Grow são sobras do Odd Songs...
Aero sound é uma base criada e executada pelo amigo Aeroporto, colocada nesse cd em homenagem ao próprio.
Depois vem The beedee’s song, um mix criado com a voz de Bidi Aquino
E uns covers para terminar, Beatles e Ramones.

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A decepção continua.


Gravado e produzido por Elephant Pain em 2007.

O cd trás as seguintes músicas:

Boomerang song
In the mountain range
The defender of the rose
Heart for Nella
Iron Lion Zion
California Blue

O álbum é o ultimo suspiro do projeto.
Gravado também em 2007, trás as suas últimas seções de gravação.
O destaque do álbum fica para “The defender of the rose” inspirada no livro O Pequeno Príncipe.
Pra terminar existem dois covers inusitados no álbum, Bob Marley e Roy Orbison.

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Ecos da decepção.


Gravado e produzido por Elephant Pain em 2007.

O cd tras as seguintes músicas:

Echos of deception
So far away
The southern confort
Fountain
The coward
Anabella the moth
New religion (see the shit around)
Isaiah 

2007 não foi um ano excelente para Elephant Pain.
Algumas tragédias pessoais e a desconfiguração do estúdio caseiro fizeram com que o ritmo de gravações diminuísse.
O próprio título do álbum sugere isso.
O álbum começa com a introdução criada pela participação de Felipe Martinez (Caostic).
A seqüência do álbum ainda segue com as músicas “padrões” do projeto e inclui o single “The Coward”.

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O covarde.



Gravado em 2007.
Teve se a idéia de lançar um single ja que isso nunca tinha sido feito no projeto.
Dai surgiu "The Coward", montada aos moldes do Pink Floyd.

01- The Coward

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Coração canta suicídios.



Gravado no inverno de 2006, produzido e gravado por Elephant Pain. 

O cd tras as seguintes músicas:

Bad times
Worm in the big apple
Dear dear
Wilson & me
The junkie ballad
Submarine
For the last tape of Rob Gordon
No way
You let me down
Me and my dream
Slow down
In the crucifix

Esse cd começou a ser gravado com a idéia de aproveitar 3 músicas (as 3 primeiras do cd) que haviam gravado logo após Odd Songs...
A primeira das seções de gravação foi "Wilson & me".
Um fato curioso nos CDs do Elephant Pain é que quase sempre as seqüências das músicas nos CDs são a mesma seqüência de que elas foram gravadas.
Depois vem "The junkie ballad", chamada "música urgente", porque é quando uma música sai na hora!
"Submarine" conta com a participação de Camila Wolff.
"For the last tape of Rob Gordon" é a música instrumental do cd, uma paixão das paixões do projeto e claramente um homenagem ao personagem do filme Alta Fidelidade.
"No way" segue a linha elephant e "You let me down" traz o duo trabalhando mais nos seus arranjos e caprichando nos violões!
"Me and my dream" traz G. Barreto como letrista.
"Slow down" segue o clima e o cd encerra com "In the crucifix" com um belo arranjo e trabalho de violões.      
A idéia do duo era superar Odd Songs for Odd Minds.
Será que conseguiram?


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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ansiedade de separar-se





Gravado de dezembro de 2005 a janeiro de 2006. 

O cd trás as seguintes músicas:

Sonnet en moi
Invisible man
Separation anxiety
Clarice's universe
Farewell's song
Leave me square
Simple son
Ripe
My art = your art
Serenity
Chanson d'au revoir
Waiting for the storm
Opened scar
Dirty pleasure
Hey you (morphine)

Sexto cd de Elephant Pain, gravado também em seqüência ao anterior.
G. Barreto agora é convidado a entrar em outra banda, e a disposição de tempo já não é mais a mesma de antes.
As idéias se acumulam, as músicas se empilham, então, aos poucos Edson R. começa a gravalas sozinho até que G. Barreto tivesse mais tempo e voltasse.
Esse tempo deu espaço para mais um cd.
O experimentalismo agora está mais aguçado, músicas instrumentais são adicionadas.
Ha partes que possuem mais arranjos, solos e dedilhados de violão do que os anteriores, tudo isso devido a uma influencia ressente chamada Marc Rizzo.
Algumas músicas também possuem títulos em francês, algo a mais para diferenciar, se distanciar do rock atual.
O cd foi gravado com o mesmo espírito do de Out, o de se distanciar de tudo, principalmente da música atual.
Por isso também o título do cd: Separation Anxiety (algo como: ansiedade de separar-se) 

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Canções estranhas para mentes estranhas.



Gravado em outubro e novembro de 2005, produzido por Edson R. e G.Barreto.

O cd trás as seguintes músicas:

Feed your gas
Tell me i'm not wrong
Temptation
From here to eternity
God of broad back
Big autumn
She will let me fly high
True last friend
Neurosis slave neurosis
Sweet home Atacama
The elevator song to the sky
Teenage love
Loneliness spills
Pillows and carpets
Occult vice
Reflective

A gravação desse cd veio na seqüência do de Out, não ouve pausa. G.Barreto esta de volta e com ele, um novo teclado, o que melhoraria a qualidade de som para o novo cd.
Ainda era inverno e as seções de gravação são feitas quase a exaustão, por isso, esse cd tem mais músicas do que os anteriores.
Cada vez mais, com o passar do tempo e com a experiência, Elephant Pain vai modulando seu som, criando uma característica própria dentro do quase falecido cenário musical local.
O cd abre com a introdução (trilha) do filme O último dos Moicanos e seguida por "Feed your gas", uma letra cedida pelo amigo, influência e também ex crumb Bídi Aquino.
O teor das letras é o mesmo, os teclados sempre retro também.
Considerado por alguns, o melhor cd do Elephant Pain. 

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Aqui um vídeo de como eram feitas as seções de gravação:



 Aqui um rara e sabia entrevista feita por Armando Jr:






Fora





Gravado e produzido em outubro de 2005.

O cd trás as seguintes músicas:

My life (part II)
The day that i was born again
Collyrium in the hangover
80's
Vegetation
It will not have the end
Gold feelings
Shake my mind

A vida de qualquer pessoa seja ela artista ou o que seja quase sempre tem alguma tragédia e com Elephant Pain não seria diferente.
Depois de um acidente que quase o faria paralítico e de uma operação na coluna, Edson gravou e produziu esse cd sozinho.
Por alguns motivos, de provar para si mesmo que tudo tinha que continuar, independente do acontecido, e o outro eram mostrar a insatisfação com o atual cenário musical, repleto da alegria hardcore e da grife punk, por isso foram usados efeitos de teclado tão retro, tão antiquado, e por isso o nome do cd, Out "fora".
O cd traz no teor das letras, ainda o lado espiritual e pessoal, como em "My life (part II)",
"The day that i was born again" e "It will not have the end".
Uma das paixões de Edson ficou registrada nesse cd, o cover de “shake my mind” da banda Plastic Dream.
A gravação do cd não é nada sensacional, pelo contrário é podre.
As músicas serviram como cobaias para os experimentos como produtor com um estúdio caseiro (concretizado apenas pela ajuda de alguns amigos) com o nome batizado de CODA (uma homenagem a John Boham da banda Led Zeppelin).
“Parece o New Order querendo fazer um In Útero!” classificar-se-ia.
Out ainda traz a música "Cecília", composta originalmente para a crumb, uma homenagem a padroeira dos músicos.  

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La Grace de Dieu



Durante o mês de fevereiro de 2004 foram gravadas as últimas seções com Alberto André com as músicas “Don’t Live Cold” e “Brew”.
Para a gravação dessas seções foi convidado Cássio Quines para a bateria.
Como o projeto já não mais seguiria gravando co Alberto André (por questões financeiras e de praticidade), o restante do ep foi “preenchido com músicas dos 3 álbuns anteriores, funcionando com uma mini-coletânea.
A capa é de Tatiana Bond.

*O ep não se encontra para download porque são as mesmas músicas dos álbuns anteriores.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O jeito de não desistir.






Gravado de dezembro de 2002 a janeiro de 2003 por Alberto André e produzido por Edson R. e G.Barreto, o cd também contou com a participação de Marcelo Dorneles (Tupelv!s) no contra baixo em "psychologic mother".

O cd tras as seguintes músicas:

Four seconds to delivery
All i have
Lee
If you have some lay
Thank you for let me alone
Psychologic mother
Don't live cold
Brew

No terceiro cd, decepção e revolução em elephant pain, mas nada que mudasse o direcionamento musical do projeto.
Primeiro a decepção, a crumb, banda da qual Edson R. e G.Barreto tocavam, depois de anos atuando no minusculo cenário underground da cidade com muita atitude e integridade acaba.
*Obs: por isso o nome do cd: "the way of don't cease" (o jeito de não desistir)
O introsamento de Edson R. e G.Barreto na banda era tamanho que Edson convida G.Barreto para se tornar membro fixo de elephant pain, tornando se assim um duo.
Depois da decepção, as guitarras são abandonadas, entra os teclados, o que daria a verdadeira cara a elephant pain.
Edson assume tambem a bateria de elephant pain.
A lado lírico/espiritual continua.

Vale destacar que as musicas "Don't live cold" e "Brew" foram gravadas posteriormente, exatamente em fevereiro de 2004 e conta com as participações de Rafael Nunes no teclado e Cássio Quines na bateria.
Essas musicas fariam parte do Ep La Grace de Dieu.

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http://www.megaupload.com/?d=D7YX2AEL




Dor transparente por fora.




Gravado de janeiro a março de 2002 por Alberto André e produzido por Edson R.
Esse cd também contou com a participação de Cássio Quines na bateria em todo o cd.
O cd também contou com outras participações, como Marcelo Dorneles (RDA, Tupelv!s), Gustavo "Dente" (RDA) e V. Moraes (the Punishers) nos contra baixos, Rafael Nunes no teclado e vazo indiano e Gustavo Barreto (Tupelv!s) fazendo backing vocal.

O cd tras as seguintes músicas:

Green is her favorite color
My head in the space
When the pain comes to cut
Dead flower in the yard
Deus
Let it be
Stay fish
Never say never

Esse segundo cd trouxe um direcionamento musical um pouco mais "extravagante", por três motivos: Primeiro pela a influência da música que Edson R; começou a ouvir pouco antes de gravar o cd, como Bob Marley, a banda boliviana Los Atipak e Santana, e segundo pelas participações! Elas trouxeram ingredientes a mais para esse cd, principalmente pelo talento de Marcelo Dorneles, tudo isso misturado as raízes do primeiro cd, que era basicamente, música alternativa, e terceiro pelo lado mais espiritual no teor das letras.
Esse cd também é o primeiro do Elephant Pain a ter um cover, Let it Be, dos Beatles.
A gravação é um pouco melhor que a do primeiro, o experimentalismo, assim como as percussões foram usadas a exaustão, e começava aqui o uso dos teclados. 

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O primeiro trabalho.




Gravado de janeiro a abril de 2001 por Alberto André e produzido por Edson R.
Contou com a participação de Cássio Quines na bateria em todo o cd.
O cd também contou com outras participações, como Marcelo Lopes (ex- Brain Dead e Eternal Idol) fazendo a guitarra solo de "Princess Fail Too", Juliano Silva (ex R.D.A.) fazendo backing vocal em "Beautiful to Germs", Alberto André e Clineu Eugênio.
A capa trás a bela arte do fotógrafo paulista Klaus Mitteldorf. 
O cd trás as seguintes músicas:

Winter song
Ever together
Fly
Beautiful to germs
Don’t come here
No star
Sketch
Princess fails too
Scot-free
Kate Moss

Esse primeiro cd trás toda a influência de musica alternativa sobre o projeto. Letras com teor pouco otimista, guitarras sutis e experimentais, o solo de Beautiful to Germs, por exemplo, traz slides e lixa metálica (?), contra baixo às vezes com distorção, as vezes com wah wah, um piano de brinquedo e vocal low-fi.
No fundo dos efeitos e experimentalismos na verdade, uma música totalmente minimalista. 
O máximo feito com tão pouco recursos.
*obs: Esse cd foi lançado tambem em fita k7 e continha uma música a mais chamada "I'm my Religion"

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

O início.

Elephant Pain iniciou suas atividades no ano de 2001 quando Edson Rafael dono dessa alcunha resolveu trilhar seu caminho sozinho quando a então sua banda na época, Crumb estava se dissipando.
Os trabalhos começaram então com a ajuda do músico/produtor Alberto André no estúdio Coqueiros Records, onde Edson gravou os seus 3  primeiros cd's:
Elephant Pain (2001)
Transparent Pain Outside (2002)
The Way of Don't Cease (2004)
As gravações desses álbuns também contaram com a freqüente presença de vários amigos como: Alberto André, Clineu Eugênio, Cássio Quines, Marcelo Lopes, Juliano Silva, Marcelo Dorneles, Gustavo "Dente" Vinícius Lara, Rafael Nunes e Gustavo Barreto.

No ano de 2005, Edson R. consegue fazer em casa o seu próprio home studio, chamado Coda (obviamente uma homenagem a John Bonham). Nele é criado ainda meio que precariamente o cd mais o obscuro e sujo do projeto, Out.
Nas frenéticas seções de gravações e inspirações sem fim, no mesmo ano ainda inicia-se as gravações do então 5° cd. Com a ajuda muito grande e muito inspiradora de Gustavo Barreto o projeto ainda lança então Odd Songs for Odd Minds.
Devido a grande afinidade dos 2, o projeto vira um duo.
2006 mal inicia e Elephant Pain já teria também mais 2 cd’s, dessa vez: Separation Anxiety e Heart Sing Suicides.
Que contam também com as participações de Camila Wolf.
Echos of Deception e The Deception Remains saem em 2007 com a ajuda do também amigo Felipe Martines.
No decorrer do projeto foi-se noticiado o suicídio do amigo Marcelo Dorneles.
De la pra cá as seções de gravação pararam, as inspirações murcharam e a produção deu um ponto na história.
Se o projeto continua ou acaba ninguém sabe.

*Nas próximas postagens colocaremos os álbuns para download.